sábado, 17 de abril de 2010

Coisas do ego


É estranha a minha caminhada na existência materialista, ou como diriam meus nobres amigos, bastante curiosa é minha vida.
Até há pouco tempo possuía, guardada entre os vários sonhos lindos e pueris, aquele urso de pelúcia das crenças mundanas que colocam-nos não só os pais, como também a sociedade hipócrita e meramente ingênua que forma dia-a-dia o indivíduo persistentemente desconexo.
Fui crescendo e descobrindo as falhas, a princípio o difícil era entender que nem tudo o que queria podia ter ou fazer: o dinheiro é um divisor de águas na tal vida; apenas os poucos que o concentram e que muitas vezes sequer trabalham para seu merecimento podem fazer da vida a farra que eu queria.
Depois foi com relação aos amigos; talvez isso não caiba a todos - ou melhor, não cabe - pois dentre os muitos que existem ainda sei que tem aqueles que se eu ligar agora às 3 da manhã, vão me xingar, mas estarão prontos para me escutar. No entando, sem desviar o assunto, nem todos nos são como nos iludimos, amigos. Amigos não possuem a inveja do que temos, do que somos ou do que queremos. Amigos olham numa mesma direção que a gente: mas há 360º para se olhar, lógico que é raro encontrar um olhando na mesmíssima direção que você! Como foi bobo acreditar que algumas pessoas realmente olhavam antes...
E nestes muitos caminhos, tem também o da profissão. Como é difícil entender que uma escolha não é a escolha final, nunca e em momento algum. Nos apegamos tão intimamente àquilo que temos e perdemos o elo com o que somos.
Mas afinal, o que somos?
Já tentaram me responder essa questão do materialismo ao espiritualismo e talvez não tenham me dado a resposta que eu realmente queira, ainda.
Sempre estou eu, cá entre meu pensar de ser não sabido do que é e de que veio, a tentar compreender o mundo que não era para ser compreendido.
E o que vejo é a justificativa de que todos são diferentes. Mas dizer que todos são diferentes pode não ser algo bom, já que de diferentes que somos haverá algo em comum que é exatamente não ter algo em comum - e estabelece-se uma lei que rege e harmoniza tal preconizado processo metodológico e cientificamente inexoravelmente sem explicações lógicas.
Talvez a verdade esteja onde não esperamos, para tanto não queremos aceitá-la, não devemos - não pode ser tão simples.

E, sempre imerso nessa atual confusão, vivo minha crise dos 20; nem boa nem má. Ou melhor, bastante má. Ela se iniciou agora aos 19! A utópica sensação de ser criança já tinha desaparecido por meados da puberdade, que confesso não aproveitei como devia. Não me queixo, talvez mesmo em meio a tal crise mencionada viva os dourados anos de minha desolada passagem.
Descobri em muitas atitudes algo em mim que não conhecia: que meu forte não era pensar, como deveras já dizia a mim mesmo como se fosse verdade universal. Quisera que fosse simples me compreender; não são as greves de fome, que meramente são castigos que me imponho - não, não se assuste - garanto não ser anorexia, bulimia ou qualquer destes desmedidos transtornos não digo modermos, mas da moda do momento. Não são as vontades passageiras e talvez de dor avassaladora que me atormentam um depois de arrependimento. Não, não... tampouco são as atitudes de uma nova vida que se iniciou sem que eu percebesse nas ramificações de uma árvore cujas raízes não estavam tão bem presas ao solo assim.
Acredito que o que vem ocorrendo é mais do que isso, bem como é o menos. Tenho dado uma chance para mim. Mas me falta deixar de lado as cobranças para comigo mesmo. Fui demais Narciso nesta peça, acho que cansei de me olhar o reflexo.

E se as lágrimas chegam até os olhos, não me envergonharei de chorar; contudo também apenas sorrirei se for por vontade. Não espere que mude a conduta do sério para o hilário palhaço metropolitano na cidade interiorana.
Talvez o que me baste é a perspectiva de me ver diferente do que eu era. Sim, este é o referencial: o antes de algo em estudo.
Talvez antes o que me detonasse fosse não me sentir bem em qualquer dos campos possíveis: moral, emocional, físico.
Será que sentir a força da juventude muda tanto as pessoas?
Não sei quando morrerei. Não quero saber também!
Quero continuar a encontrar pessoas que valham a pena - e mais que tudo, quero valer a pena para alguém.
Quero amar e sentir o amor; mas, mais do que isso: quero sentir o que é ser amado. Não tão somente por instantes, porém que seja demasiado duradouro.
E que ao cair das tardes meu telefone toque.
E que ao amanhecer o dia eu faça algum telefone tocar.
E que o sôo deste ruído seja símbolo de júbilo e graciosidade.
Não, não estou pedindo muito, ao menos não vejo desta maneira.
Queria apenas entender mais e melhor uma parte da vida, que, estranhamente descobri tão tardiamente. Mas não tão tarde assim, já que há os que negam a sua forma de ser feliz por todo o sempre.
Talvez tenha descobrido o primeiro dos segredos: não questionar meus gostos.
Se tiver a receita, me confie os outros!
Desculpa-me pela empolgação leitor. Sei lá o que me deu, mas passei aqui praticamente às 3 da manhã de um Sabado e falei, por mais confuso que seja o que realmente desejava.
Não sei o quanto ficou claro. Mas acho que não mais do que o necessário, se não se importa - afinal, isso não é uma biografia, mas um estilo de texto sem rumos e que acaba com um simples ponto final, quer ver? Acabou.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Arte moderna e cibercultura

A arte exprime sempre o imaginário de sua época. A modernidade configura-se a partir da autonomia de diversos campos do saber como a ciência, a arte, a moral . A arte moderna investe na racionalização do mundo e tenta se distanciar do ecletismo do século XIX , rompendo definitivamente com a tradição clássica. Ela se apresenta de forma revolucionária, preparando a construção do futuro, superando o passado. O passado é evocado pela arte moderna como uma parodia. Nesse sentido, a arte moderna é utópica, futurista e funcional, onde as formas estéticas devem servir à função. A arte deve juntar-se a indústria, servindo como modelo de um projeto progressista da organização social. Os valores artísticos da modernidade sintetizam os valores econômicos, tecnológicos e epistemológicos do maquinismo da modernidade.

A arte pós-moderna vai se diferenciar dos movimentos do alto modernismo, por preferir formas lúdicas, disjuntivas, ecléticas e fragmentadas. A arte vai servir aí como parâmetro, exprimindo o imaginário da pós-modernidade, não se estruturando mais na parodia (o escárnio do passado), mas no pastiche (a apropriação do passado). A única possibilidade, já que tudo já foi feito, é combinar, mesclar, re-apropriar. Como veremos adiante, o digital vai trazer possibilidades novas e radicais para essa mistura e re-apropriação de estilos.